Ecosurfi “dropa” no Ibirapuera
Durante a realização do Viva Mata 2011 na capital paulista, evento organizado pela fundação SOS Mata Atlântica no Parque do Ibirapuera, a Ecosurfi teve a oportunidade de debater o protagonismo dos surfistas no cuidado com as zonas costeiras.
Nos três dias de atividades a organização mostrou seus projetos e campanhas no espaço temático “Costa Atlântica”, que trouxe projetos e iniciativas ligadas à conservação e defesa da biodiversidade da costa da Mata Atlântica, o qual recebeu a visita de milhares de pessoas nas exposições, palestras e oficinas nessa edição Viva Mata.
Na manhã de sábado (21/05), houve a Roda de Conversas - Surf, sustentabilidade e gestão costeira, que foi proposta pela Ecosurfi e contou com a participação dos surfistas convidados, Alemão de Maresias, que é especialista em ondas grandes, Túlio Brandão, colunista do portal Waves e editor do Blog Surf Deluxe, Daniel Aranha, engenheiro de materiais, que desenvolveu a prancha ecológica (E-boards), João Malavolta, dirigente da Ecosurfi, o Biólogo Fábio Motta, coordenador do programa Costa Atlântica da Fundação SOS Mata Atlântica e o artista plástico Erick Wilson, que retrata em suas obras o surf e a vida marinha.
O debate permitiu falar sobre cultura surfe e consumo, protagonismo dos surfistas na proteção do meio ambiente e como o mercado capitalista do esporte atua em detrimento dos atletas e profissionais que trabalham com surfe de base (escolas de surfe).
De acordo com João Malavolta o surfe movimenta bilhões de reais no Brasil e os recursos quase nunca voltam em investimentos para formar atletas, patrocinar seriamente eventos e proteger as zonas costeiras.
“Estamos vivenciando uma apropriação da historia e cultura surfe pelo mercado e as empresas ganhando muito dinheiro e devolvendo pouco ou quase nada para o esporte e meio ambiente. Existem apenas campanhas de marketing muito bem elaboradas para criar a falsa impressão que as empresas que trabalham com o surfe são verdadeiras corporações “responsáveis” no trato com o esporte”.
“Como estão invadindo as nossas praias?”
Outra atividade com a participação da Ecosurfi foi o debate, “Quem está invadindo a nossa praia?”, que teve como focalizadores o gestor de projetos da Ecosurfi Bruno Pinheiro, a advogada Erika Bechara, que é professora de direito ambiental dos cursos de graduação e de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a bióloga Karla Cristiane Pinto, especialista com mestrado na área de saúde ambiental, destacará os impactos antrópicos que comprometem a saúdes das praias.
Durante as apresentações os contextos jurídicos, biológicos e socioambientais foram expostos para o público no panorama: “Como estão invadindo as nossas praias?”.
Bruno Pinheiro abordou em sua explanação o conceito de proteção das Zonas Costeiras na perspectiva das Bacias Hidrográficas.
“Todos os rios correm para o mar, e atualmente vemos o déficit que as cidades brasileiras possuem em saneamento ambiental e isso fatalmente atinge todo o sistema costeiro, prejudicando 60% da população brasileira que reside há menos de 100 km da costa, além de comprometer a saúde das praias e oceanos”.
Manifestação contra o novo Código Florestal
Mobilização SOS Florestas marcou último dia do Viva a Mata no Ibirapuera
Mais de mil pessoas lotaram a praça em frente ao Monumento às Bandeiras, para protestar contra as alterações no Código Florestal no sábado (22).
O evento reuniu artistas, políticos como à ex-senadora Marina Silva e os deputados federais Ricardo Tripoli, Paulinho Teixeira e Ivan Valente, o MST e ONGs como a Ecosurfi, Greenpeace, WWF e a SOS Mata Atlântica. A mobilização foi feita para expor opiniões contra as modificações no Código Florestal propostas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP).